Onde está a Vida Inteligente?


Porque será que, quando olhamos para o Espaço, não encontramos sinais de vida inteligente?

Será que a Vida é um fenómeno físico que ocorre um pouco por todo o universo? 
Muito provavelmente.
Será que a Inteligência é uma ocorrência frequente em sistemas vivos?
Não. Na Terra a vida surgiu há três biliões de anos (ou, em Português, três mil milhões de anos) e só há instantes é Inteligente. 
Ao que parece, a Vida Inteligente requer alguns biliões de anos para se formar e, durante esse enorme período de tempo, precisa quer das condições necessárias à vida quer de acidentes e grandes alterações: os desafios que despoletam a evolução. 
A Evolução é imprevisível, por vezes as maiores catástrofes resultam nos maiores saltos evolutivos. Provavelmente será necessária toda uma estranha combinação de condições propícias e de radicais mudanças ambientais para se trepar a longa árvore filogenética da Inteligência.
Portanto, a Inteligência deve ser coisa rara. 

A sua raridade deve situar-se entre bastante rara e incrivelmente rara.

Mas a galáxia é tão tremendamente vasta que até as coisas incrivelmente raras irão ocorrer, muitas, muitas, muitas vezes.

Nós é que não as vemos. 

Porquê? Dada a enorme capacidade da vida em transformar o que está à sua volta, não deveriamos encontrar sinais de vida inteligente, cada vez que olhamos para o céu?

Estaremos a olhar para o sitio errado?

Ou será que não vemos aquilo que está mesmo diante do nosso nariz?

Seremos incapazes de identificar esses sinais de tecnologia?

Mas a tecnologia nota-se. É uma das suas características: é bem diferente daquilo que a rodeia.

Há, claramente, algo de estranho em não vermos sinais de Vida Inteligente, no universo.

Muito, muito, muito estranho.

É preocupante e contraria toda a lógica.

Onde estão?

. . . 


[Alguns anos depois criei o conceito de Transciência como explicação plausível]



O Horizonte da Transciência


Durante anos é algo que me tem preocupado: 

Onde está a Vida Inteligente? 

Quando olhamos para o Espaço não deveriamos de imediato encontrar sinais de vida Inteligente? 

Tal como a Grande Muralha da China é visivel do espaço, como é possível não haver incríveis realizações tecnológicas, observáveis nas galáxias? 

A inteligência é exuberante, mexe com o mundo, dá nas vistas...

Quando olhamos para o universo, este parece estar vazio de feitos tecnológicos.

Como não a vemos, é natural que a Vida Inteligente tenha passado o Horizonte da Transciência:


O momento em que a Vida, a Inteligência, a Ciência e a Tecnologia, se tornam tão sofisticados que cruzam barreiras que nem imaginamos, para lá do espaço-tempo perceptível. 

Portanto, a Vida Inteligente, uma vez entrando em progressão geométrica cognitiva e tecnológica (criando máquinas de pensar),  só estará um breve instante visível porque fisicamente acabará por se deslocar para novos mundos, o que quer que "fisicamente" neste contexto signifique.

Ou seja, a Inteligência acaba por descobrir caminhos para novos mundos, percorrendo-os antes que altere o aspeto do mundo clássico de estrelas e galáxias.

É um pouco como descobrir a energia de fissão antes da energia hidroelétrica: nunca haverá necessidade de se construir enormes barragens.

Neste caso, a Engenharia Estrelar, Inter-Estrelar ou mesmo Galática nunca será necessária.

A Inteligência passará rapidamente à frente, cruzando o horizonte, deixando de ser trivialmente visível.

Isto representa um passo tão espantoso que dificilmente poderemos especular muito sobre ele.

Podemos sobretudo constar que aconteceu:

Se o universo não está cheio de Grandes Muralhas da China então os seres que as deveriam construir estão para lá do Horizonte.

Isto transforma a Vida Terrestre numa espécie de larva, confortavelmente instalada dentro da casca de noz do universo visível, inconsciente de grandes estruturas existenciais, sejam elas Dark Matter, White Matter ou algo muito diferente de Matéria e Energia.

Ninguém constroi dentro da casca de noz do visível, porque as tais super bué da hiper inteligências lá não estão, já deixaram de ser larvas, já se transformaram em borboletas.

Já passaram ao Nível II do Jogo.

Imaginar onde estão, o que são e como são é mesmo isso: imaginação.

Mas eu cá desconfio do Acácio, o cágado do meu jardim.

Acho que se eu fosse um tipo super bué da hiper inteligente então teria precisamente esse aspeto, numa das minhas miríades de projeções no vísivel.


Miguel

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